O infinitivo é uma das formas
nominais do verbo, ao lado do gerúndio e do particípio. Ocorre em
variadas línguas. Trata-se do verbo sem flexão. Analise as
seguintes orações, em que o verbo navegar exerce função
nominal. Isso quer dizer que atuam como substantivos.
“Navegar é preciso”.
Em
língua portuguesa, diferentemente de outras línguas neolatinas, o
infinitivo pode ser flexionado. Conhecido
como idiotismo
ou
idiomatismo, é um fenômeno nosso.
Assim, por aqui e
para além do Atlântico, o
infinitivo pode estabelecer
relação com a pessoa verbal.
O infinitivo pessoal (flexionado)
ocorre em todas as pessoas gramaticais (eu, tu, ele, nós, vós,
eles) e é muito útil como recurso de coesão. Observe as orações
a seguir.
Convém trabalharmos juntos.
Convém nós trabalharmos
juntos.
Convém que trabalhemos juntos.
Notou a diferença? A primeira é
bastante coesa, dizemos tudo com muito pouco. Isso não significa que
apenas a primeira esteja correta, mas que dispomos de uma ferramenta
útil para variar as formas de escrita em um texto. Ora podemos
empregar o infinitivo, ora usamos orações modais.
É importante estar atento ao fato de
que, em termos de forma, o infinitivo pessoal (flexionado) se
assemelha ao futuro de subjuntivo. Veja.
Nada faz aqueles homens cumprirem
as leis.
Veja que a oração tem sentido
declarativo (algo que se afirma ou se nega), construção típica de
infinitivo.
Já no exemplo a seguir, a oração
expressa uma hipótese condicional, própria do modo subjuntivo. A
grafia, no entanto, mesmo com a diferença de sentido, será a mesma.
Veja.
Se aqueles homens não cumprirem
a lei, serão devidamente punidos.
Para finalizar, podemos afirmar, antes
de entrarmos nas questões mais polêmicas do infinitivo pessoal, que
uma regra parece ser comum a todos ou quase todos estudiosos: sempre
que o infinitivo estiver acompanhado do sujeito, nome ou pronome, na
ordem preposição + sujeito + infinitivo, deve-se usar o infinitivo
flexionado. Observe.
Preparou a sala para [preposição] as
sessões [sujeito] ocorrerem [infinitivo flexionado].
Por hoje é só. Que os eflúvios da
primavera acalmem as polêmicas em torno do infinitivo.
Até a próxima!