Há expressões que, por serem tão eficientes significativamente, frequentam mais nossos textos do que deveriam. Algumas ampliam muito os sentidos originais e podem, não raro, comprometer a semântica do texto ou gerar interpretação diversa da desejada. “Junto a” e “em função de”, de tão conhecidas, podem se transformar em muletas textuais. É preciso estar atento tanto ao exagero no uso quanto ao sentido empregado. Vejamos:
Junto a
O sentido literal dessa expressão é “ao lado de”. Assim, temos:
Guarde a gramática junto ao dicionário.
Além desse sentido, percebemos que a expressão pode ser empregada ao lado do verbo “interceder”. Observe:
Os alunos intercederam junto ao professor para o adiamento da prova.
Atenção! Temos visto com muita frequência o uso “de junto a” em regências improváveis.
Vejamos:
Os servidores podem solicitar o registro de qualificação junto à secretaria competente.
Junto a
O sentido literal dessa expressão é “ao lado de”. Assim, temos:
Guarde a gramática junto ao dicionário.
Além desse sentido, percebemos que a expressão pode ser empregada ao lado do verbo “interceder”. Observe:
Os alunos intercederam junto ao professor para o adiamento da prova.
Atenção! Temos visto com muita frequência o uso “de junto a” em regências improváveis.
Vejamos:
Os servidores podem solicitar o registro de qualificação junto à secretaria competente.
Para o verbo solicitar, basta a preposição “a”. Não há ali o sentido de “ao lado de” nem a expressão acompanha o verbo “interceder”. Então, o texto fica melhor sem “junto”.
Os servidores podem solicitar o registro de qualificação à secretaria competente.
Em função de
Essa é outra expressão muito corrente, usada, às vezes, em excesso e em papéis diversos do original. “Em função de” expressa relação de dependência, em frases como:
Aqueles homens viviam em função de seus pares.
A ideia de dependência presente na frase acima não se repete no seguinte exemplo:
A sessão foi cancelada em função da greve dos caminhoneiros.
Aqui o sentido é de “em razão de”. Nesses casos, recomenda-se o uso das expressões
“em razão de”, “em virtude de”, “por causa de”, que é o sentido proposto na frase. A sessão foi cancelada por causa da greve dos caminhoneiros.
Assim, simples e direta, a informação é transmitida de forma clara. Mas ser simples não é fácil, exige disciplina e pouca vaidade.
Até a próxima!
Os servidores podem solicitar o registro de qualificação à secretaria competente.
Em função de
Essa é outra expressão muito corrente, usada, às vezes, em excesso e em papéis diversos do original. “Em função de” expressa relação de dependência, em frases como:
Aqueles homens viviam em função de seus pares.
A ideia de dependência presente na frase acima não se repete no seguinte exemplo:
A sessão foi cancelada em função da greve dos caminhoneiros.
Aqui o sentido é de “em razão de”. Nesses casos, recomenda-se o uso das expressões
“em razão de”, “em virtude de”, “por causa de”, que é o sentido proposto na frase. A sessão foi cancelada por causa da greve dos caminhoneiros.
Assim, simples e direta, a informação é transmitida de forma clara. Mas ser simples não é fácil, exige disciplina e pouca vaidade.
Até a próxima!