O vocativo
é a forma pela qual chamamos ou pomos em evidência a pessoa ou
coisa a que nos dirigimos, nos ensina Bechara. É muito útil para
convocar a atenção do interlocutor. Assim, na sequência:
Nós,
meu amigo, estamos velhos!
"meu
amigo" é o vocativo, não o sujeito. Observe que, para evitar a
quebra da estrutura SVO (sujeito+verbo+objeto), separamos o vocativo
por vírgulas.
Na
correspondência oficial, o vocativo indica a quem se dirige a
correspondência. Pode vir acompanhado por vírgula ou dois pontos.
Há quem opte pelos dois pontos. Corretíssimo. O Manual da
Presidência aponta para o uso da vírgula. Portanto, é importante
observar a forma adotada pela instituição e aplicá-la a todos as
correspondências oficiais.
O vocativo
em correspondências tem uma característica interessante: não
pertence à estrutura argumentativa. Isso quer dizer que, em termos
de construção sintática, o vocativo não interfere no texto. Por
essa razão, deve ser registrado em linha destacada.
Senhor
Diretor,(vocativo)
Solicitamos
autorização para...(corpo do texto)
Fique
atento! Por ser apenas um chamamento, uma identificação demarcadora
da polidez típica dos textos institucionais, o vocativo, embora
preceda o corpo do texto por vírgula, autoriza que se inicie a linha
seguinte com letra maiúscula, como no exemplo acima. Embora haja
quem não concorde, sob o argumento de que após a vírgula deve-se
usar apenas letra minúscula, o uso tem se confirmado de forma
diversa, tanto no Brasil quanto no exterior. Isso porque não se
trata apenas de norma gramatical, mas de convenção e estética.
Só mais
uma nota. No fecho de correspondência, usamos vírgula também. Vejo
o exemplo:
Atenciosamente,
Fulano
de Tal
Até a
próxima!
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