As conjunções,
segundo Bechara, "têm por missão reunir orações num mesmo
enunciado". Para pensar um pouco sobre isso, vejamos a seguir o
trecho extraído de uma sentença.
"O
ônus probatório ficou a cargo do Empregado, que
do mesmo não logrou desincumbir-se,
pois,
não conseguiu produzir prova”.
O
vocábulo pois entre vírgulas deixa de cumprir o papel,
típico das conjunções, de unir os dois segmentos do período: não
logrou desincumbir e não
conseguiu produzir provas.
Lembremos sempre que termos entre vírgulas não compõem a estrutura
principal da oração.
A
ligação promovida pela conjunção é essencial para a clareza do
texto. A conjunção auxilia na construção de sentido, porque
contém um significado (seja adversativo, seja conclusivo). A
vírgula, por seu turno, separa os dois segmentos para destacar a
independência sintática entre as orações. Vírgula e conjunção
trabalham juntas para a coesão e a coerência textual.
Assim,
a forma mais adequada seria
“O
empregado não logrou desincumbir-se, pois não conseguiu produzir a
prova.”
Essa
regra serve para boa parte das conjunções que encabeçam orações.
Podemos incluir nesse grupo: pois, portanto, então, assim,
entretanto, todavia, mas, porém, contudo, no entanto,
porquanto etc. Nesses casos, a vírgula é registrada
antes da conjunção, como no exemplo acima. Agora observe outro
exemplo extraído de um acórdão.
“A
reclamante alega que a pré-contratação de horas extraordinárias
do bancário afronta o disposto no art. 224 da CLT,
pois
a jornada está limitada a seis horas. Sustenta que a pré-contratação
de duas horas extraordinárias permanentes ofende o art. 225 da CLT,
porquanto
a contratação (...)”.
Guardemos
este memento: onde houver vírgula, que eu tenha atenção!
Até
a próxima!
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